Índices mostram famílias cautelosas no consumo
14/06/2019
José Claudio Caldeira, preocupado com a segunda parte do ano, que normalmente é melhor para o varejo
Com a economia sendo influenciada diretamente com as articulações sobre a Reforma da Previdência, a cada dia as incertezas aumentam e o varejo diminui o ritmo nas vendas. Segundo o presidente da Associação Comercial e Industrial (ACI) de Bastos, José Claudio Caldeira, apesar da inadimplência do consumidor brasileiro ter subido 4,8% de maio comparado com abril, diminuiu no comparativo a igual período do ano passado, com queda de 0,6%. “Com isso, ele acumula queda de 5,9% no ano e 2,5% no acumulado 12 meses (junho de 2018 até maio 2019 frente aos 12 meses anteriores)”, observou o dirigente ao considerar isso bom por um lado e ruim por outro. “Menos dívida, porque está havendo menos consumo”, apontou o dirigente bastense.
Regionalmente, na análise acumulada em 12 meses, todas as regiões ainda registram queda: Centro-Oeste (-4,0%), Norte (-3,1%), Nordeste (-2,8%), Sul (-5,4%) e Sudeste (-1,4%). A queda da inadimplência observada desde o final de 2016 pode ser explicada pela maior cautela das famílias, pela capacidade de endividamento dos consumidores ainda limitada pelo fraco crescimento da renda e pelo efeito defasado da maior seletividade dos bancos no período mais agudo da crise. “Com isto, a inadimplência dos consumidores atingiu um patamar historicamente baixo, o que proporcionou a redução dos juros e motivou o aumento das concessões a partir de 2017”, ressaltou o presidente da associação comercial de Bastos.
O elevado nível de desocupação e subutilização da mão-de-obra, somado à lenta recuperação da renda, contudo, aumenta o risco de que a expansão recente dos empréstimos resulte em maior inadimplência. “É preciso acompanhar os dados com ainda mais atenção a partir de agora, para verificar se a alta mensal de maio foi pontual ou já refletiu uma mudança de tendência”, disse em tom de preocupação ao considerar muito estranha a posição dos números apresentados pelas pesquisas desenvolvidas. “Precisamos ter muito cuidado para analisar esses dados, pois, o comportamento do consumidor está difícil de prever em virtude dos acontecimentos políticos que influenciam a economia e naturalmente atinge o varejo”, frisou o presidente da associação comercial de Bastos.
Com uma inadimplência acumulada nos últimos cinco anos de R$ 987.233,88 no comércio de Bastos, no comparativo com o mês de abril que chegou a R$ 967.552,60 a diferença entre um mês e outro é relativamente baixa. “Outro sinal de que a inadimplência está se mantendo, por não haver consumo”, justificou o presidente da entidade associativa, ao conversar com alguns outros empresários da cidade e verificar que o consumidor está cauteloso, por não confiar na economia. “As ameaças de que o Governo não terá dinheiro para investimento, faz com que o consumidor tenha medo de perder o emprego, e por isso só consome o essencial e ainda assim sob controle”, disse José Claudio Caldeira que espera uma melhor performance para o segundo semestre do ano. “Geralmente a segunda parte do ano é melhor que a primeira”, disse esperançoso, mesmo admitindo que sem antes da votação da Reforma Tributária nada deve se alterar.

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